Cartografias Biopotentes

Cartografias Biopotentes
Faz parte do VAC Verão Arte Contemporânea 2014 e é uma produção do Grupo INDISCIPLINAR 
(https://www.facebook.com/pages/Indisciplinar/425668724191296?fref=ts) em parceria com o VAC
 e diversos coletivos de artistas e arquitetos, movimentos sociais, movimentos culturais, ativistas e 
universidades.

Cartografias Biopotentes consiste em um conjunto de eventos (seminário + 4 workshops + palestra + lançamento de livro) que pretende aglutinar formas de cartografar criticamente a cidade e suas dinâmicas biopolíticas territoriais. A América Latina vem se tornando uma referência internacional no campo da produção artística e arquitetônica quando se trata de propor alternativas aos modos tradicionais de habitar a cidade. A desobediência civil presente nessas maneiras de ocupar espaços públicos e privados gera indícios de que há uma resistência positiva, original e biopotente que atravessa o território: desde a ocupação cotidiana das ruas com vendedores ambulantes, de morros e margens de rio com favelas e populações ribeirinhas, até mesmo com a atual presença de eventos artísticos e culturais em espaços inusitados. Acredita-se que arte e a arquitetura podem ativar estas situações multitudinárias que evidenciam outras formas de vida e a possível ampliação de processos colaborativos e auto-gestionados. O evento Cartografias Biopotentes pretende dar ênfase a estes processos, através da construção de cartografias críticas ativistas e positivas.

Curadoria geral: Natacha Rena (Grupo INDISCIPLINAR_UFMG)
Produção dos workshops: Ana Isabel de Sá, Paula Bruzzi, Talita Lessa, Igor Bernardes, Priscila Musa, 
Joviano Mayer, Marcelo Maia, Lua Magalhães, Rodrigo Bastos e David Navarrez

WORKSHOPS
Todos os workshops acontecerão nos mesmos dias e horário:
DATA: 06, 07 e 08 de fevereiro
HORÁRIO: 14hs às 19hs

O workshop Mapeando o Comum em BH, coordenado por Pablo de Soto discutirá, de forma mais abrangente, as transformações da cidade a partir de um olhar crítico às políticas urbanas neoliberais atualmente em vigor. Os mapeamentos serão realizados coletivamente e irão abranger áreas atingidas pela Operação Urbana Consorciada Nova BH, que propõe modificar radicalmente a estrutura urbana de 7% do território da cidade. Pretende-se evidenciar não somente os processos gentrificatórios em toda a região central da cidade, mas principalmente, revelar as produções do comum no espaço.
QG do workshop Mapeando o Comum: Casa UNA, Rua Aimorés, 1.451
Pablo de Soto (Espanha/Brasil)
Arquiteto espanhol com mestrado pelo Royal Institute of Technology Sweden (2007). De 2002 a 2011 atuou no hackitectura.net, uma equipe de arquitetos, programadores e artistas, da qual foi um dos fundadores, pioneira nos territórios emergentes em que se encontram a arquitetura, os fluxos eletrônicos e as redes sociais. Criadora de Fadaiat y Wikiplaza Paris, seus trabalhos tem sido exposto em vários museus e centros de arte, dentre os quais se destaca o ZKM. Tem se apresentado, como artista visual, em festivais como o Sonar, dentre outros. Já participou de conferências e workshops na França, Croacia, Letônia, Alemanha, Itália, Reino Unido, Eslovênia, Holanda, Dinamarca, Noruega, Marrocos, Portugal, Suíça, Suécia, Egito, Brasil, Colômbia e Japão.Os outros 3 workshops irão compor o Mapeando o Comum, auxiliando na cartografia mais ampla do processo com atividades micropolíticas mais locais:Praça Santa Tereza (com o grupo Tranvia cero, Artistas do Espaço Comum Luiz Estrela, Movimento Salve Santa Tereza e Paula Bruzzi do Indisciplinar) Tranvia Cero (Equador)
Workshop Entre Muros _ Santa Tereza (com o grupo Tranvia cero, Artistas do Espaço Comum Luiz Estrela, Movimento Salve Santa Tereza e Paula Bruzzi do Indisciplinar) Tranvia Cero (Equador)
Coleta das memórias orais do bairro Santa Tereza que serão georreferenciadas em um mapa coletivo e compartilhado. Estes relatos também serão traduzidos em informações visuais registradas no muro do Mercado Santa Tereza.Cartografia Afetiva _ Vila Dias (com Ana Ortega do Arquitectura Expandida + Desejaca + Talita Lessa e Igor Bernardes do Indisciplinar)
O workshop a ser realizado na Vila Dias com Arquitectura Expandida vai mapear a história da comunidade, seus moradores, as formas de ocupação e de resitência frente a ameaça de remoção e das intervenções urbanísticas segregatórias que a OUC _ Operação Urbana Consorciada_ pela NovaBH pode imprimir no território. A partir do mapeamento dos espaços comuns e de uma cartografia afetiva, serão propostas intervenções com sticker, stencil, pintura de muros e também algumas ações para recomposição de áreas verdes a fim de reforçar a conexão dos moradores com o espaço.
QG: Associação dos Moradores em frente ao Metrô Santa Efigênia
facilitadora do workshop é Ana Ortego representando o coletivo Arquitectura Expandida-AXP que é um microlaboratório de especulação cultural em rede, que trabalha buscando a geração de lugares de encontro no território. Desde 2010, atua em distintos bairros de Bogotá, produzindo Laboratórios Urbanos de iniciativa independente e colaborativa. Neles, trabalha-se coletivamente na construção física e social do território de forma transdisciplinar, empírica e experimental. O objetivo tem sido investigar processos e metodologias de autoconstrução coletiva da cidade, compatibilizando teoria e ação em uma praxis levada à cabo com diversos grupos de acadêmicos, estudantes, associações culturais, associações comunitárias e sobretudo com cidadãos unidos pelo interesse na gestão política, social e cultural de seu território. O coletivo será representado por Ana López Ortego, arquiteta espanhola atuante na Colômbia, professora da Universidade Javeriana de Bogotá.Workshop Fazer – Trabalhar _ Centro
(com Gabriel Zea + Marcelo Maia e Ana Isabel Anastasia de Sá do Indisciplinar)
QG.: Teatro Espanca
O Viaduto Santa Tereza tem lugar o Duelo de Mcs, um encontro semanal. Ao redor desta festa ocorrem diferntes atividades que funcionam de maneira diferente o espaço libertário gerado pelo Duelo de Mcs, como uma zona livre temporaria, na qual os bares, vendedores ambulantes, habitantes das ruas, e diversos outros atores permitem construir um espaço alternativo ao sistema econômico e social. Nos últimos anos, mas principalmente a partir das jornadas de junho, o baixio do Viaduto Santa Tereza se tornou uma verdadeira ágora que vem acolhendo grandes debates políticos via assembléias populares e reuniões de grupos ativistas. Neste momento todo este território passa por uma etapa do processo de gentrificação e o Estado-capital vem tentando emplacar ali projetos de higienização para valorização do território para novos investimentos que possam surgir da Operação Urbana Consorciada. O workshop Fazer – Trabalhar pretende construir um mapa do que acontece neste e em outros lugares da cidade nos quais têm lugar para festas de rua, para construir uma memória de maneira colaborativa que dê conta, tanto das festas como dos sistemas econômicos tradicionais e alternativos que existem nestes locais.
Gabriel Zea (Colômbia)
Artivista colombiano, integrante do coletivo Martinez-Zea (com Camilo Martinez) e professor da Universidade de Los Andes, Bogotá. Desde de 2006, trabalha com tecnologias livres em projetos que envolvem colaboração com pessoas e grupos provenientes de diversos campos da arte e fora dela. Seu trabalho se baseia em processos de apropriação e experimentação com a tecnologia, que implicam no desenvolvimento de ferramentas próprias de software ou hardware, inseridos em diferentes contextos de difusão ou interação.O Seminário INSURGÊNCIAS: ARTE, ARQUITETURA E RESISTÊNCIA POSITIVA NA AMÉRICA LATINA acontecerá no dia 05 de Fevereiro de 2014, quarta feira, às 19hs, no Teatro Oi Futuro Klaus Vianna, com a participação de:
Arquitectura Expandida (Bogotá/Colômbia, representado pela arquiteta Ana López Ortego)
Pablo de Soto (ECO-UFRJ_Brasil/ Espanha)
Gabriel Zea (Universidad de Los Andes Bogotá/ Colômbia)
Tranvia Cero (Quito/ Equador, representado por Karina Cortez)
Natacha Rena (INDISCIPLINAR UFMG – mediação)Lançamento do livro de Bruno Cava “A multidão foi ao deserto: as manifestações no Brasil (jun-out)” na Livraria Quixote, Sábado, dia 08 de fevereiro, às 11:00
Palestra de Encerramento com Bruno Cava (Universidade Nômade_RJ Brasil) “A multidão foi ao deserto: as manifestações no Brasil (jun-out)”
+
Apresentação dos resultados do workshop
DATA: 09 de fevereiro (domingo)
HORÁRIO: 11 hs
LOCAL: Auditório do ICBEU, Rua da Bahia, 1723
Bruno Cava (Pensador e ativista da Universidade Nômade _
Rio de Janeiro/ Brasil)
É graduado em direito e engenharia, mestre em direito pela UERJ, coeditor das revistas Lugar Comum e Global Brasil, bloga no Quadrado dos Loucos e escreve em vários sites, tendo publicado textos no Le Mond Diplomatique Brasil, Revista Forum, The Guardian e Al Jazeera. Escreveu com Alexandre Mendes, A vida dos direitos: ensaio sobre violência e modernidade” (2008) e, presentemente, atua como pesquisador associado à rede Universidade Nômade, com concentração nas lutas e ocupações urbanas.
Habilidades

Postado em

23 de fevereiro de 2014

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *